Após a venda de dois imóveis, pelo valor total acima de R$ 200 Milhões, um assunto pouco comentado veio à tona: a quantidade e valor dos imóveis que a companhia possui.

Em 2017, a assessoria Ernst & Young, produziu laudo de avaliação dos bens e ativos da companhia, o que ajudaria na formulação do plano de recuperação judicial, aprovado pelos credores em 20 de dezembro do mesmo ano.

Os números impressionam, e tornariam a Oi uma das maiores imobiliárias do Brasil, já que seu plano estratégico atual buscará alienar a maioria desses imóveis. Vamos aos números da época:

Total de imóveis: 7.893, sendo 204 considerados de maior relevância, onde um estudo mais apurado fora realizado

O resultado apurou o valor contábil (valor de aquisição subtraído de sua respectiva depreciação contábil), o valor de mercado (o qual utilizou preceitos e diretrizes da ABNT) e valor de liquidação forçada (caso o imóvel fosse vendido de forma intempestiva, como através de leilão).

Passados 2 anos e meio, 2 imóveis foram recentemente vendidos, em Florianópolis e no Rio de Janeiro, pelos valores de R$ 79 Milhões e R$ 120 Milhões, respectivamente, valores acima tanto do valor contábil, quanto do valor de mercado avaliado na época.

De forma aproximada, esses bancos de imóveis possuem valor contábil de R$ 1,5 bilhões e valor de mercado de R$ 8 bilhões. Ou seja, são esperados 2 efeitos positivos após cada venda de imóvel:

  • Entrada de caixa, ajudando na viabilização do plano estratégico;
  • Geração de Lucro contábil (diferença entre o valor de venda e valor contábil)

Para se ter ideia do que representa esse valor dos imóveis, o valor de mercado de toda empresa no mercado acionário, é de R$ 5,8 Bilhões.

Porém, cabe reforçar que, para que cada venda de imóvel ocorra, é necessário que o mesmo não contenha ativos de concessão, e a Anatel precisará fazer um processo de anuência, conforme essas vendas vão acontecendo. O CEO da companhia Rodrigo de Abreu, em entrevista recente, disse esperar conseguir arrecadar entre R$ 1,5 Bilhões e 2 Bilhões com a primeira etapa dessas alienações, que serão focados em imóveis de maior valor, como os dois citados. Ainda segundo Abreu, “depois da migração para autorização, os 8 mil, em teoria, poderiam ser imóveis para venda”.

Procurada pela nossa reportagem, a Oi deu a seguinte declaração:

“Os imóveis estão registrados / foram reclassificados considerando o book value (Valor Contábil), ou seja, o valor de aquisição do bem líquido da depreciação correspondente. Portanto, esse montante não guarda relação com o Laudo de ativos emitido em 2017. Em relação ao ganho na venda, entendo que teremos ganho dado que normalmente o valor de mercado é superior ao valor de livros.”

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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA

Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.

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