Tudo vinha se desenrolando perfeitamente no início do ano para a o Grupo Peixoto de Castro, holding do setor de Química e Tubos: sua receita crescia uma média de 22% ao ano, resultado do primeiro trimestre veio com lucro histórico (o maior para o período dos últimos 10 anos) e o seu endividamento líquido se encontrava em patamar histórico bem reduzido. Tudo apontava para o último capítulo de um bem sucedido Plano de Recuperação Judicial, iniciado em maio de 2013.

Porém, poucos dias depois da Administradora da Recuperação Judicial sugerir o seu término, veio a crise do Covid-19. Diante das incertezas que da empresa (e do mundo) sobre as consequências econômicas, o plano foi revisto e o juiz acabou por aprovar uma prorrogação por mais 90 dias, com interrupção dos pagamentos de dívida pela empresa nesse período.

Encerrados esses 90 dias na última semana, aguardaremos o que decidirá o juiz. Temos como fato concreto desse período, dois aspectos:

a) A economia se encontra melhor do que o esperado. No setor de construção (setor principal da GPC Química), os números atuais sugerem que o trimestre se encontra próximo da normalidade, sendo o mês de abril aparentemente o pior mês do período.

b) A companhia levantou R$ 78,7 milhões em depósitos judiciais no final de maio. Para se ter ideia da representatividade dessa quantia, ela equivale a quase 30% de seu valor de mercado.

Números e Situação Financeira

Valor de Mercado: R$ 288,9 milhões

Margem Bruta: 20,7%

Margem Ebit: 6,2% (EV/EBIT = 8,68 – EV/EBITDA = 6,25)

Dív Líquida: R$ 167,1 milhões

Lucro Líquido: R$ 28,1 milhões (P/L = 10,25)

Composição Societária (% Capital Votante):

Próximos Passos

De acordo com advogados ouvidos pela nossa reportagem, até o momento não houve pedido formal para eventual postergação da saída da Recuperação Judicial da empresa.

Os números atuais também sugerem que a sua situação financeira se encontra até melhor do que a do início do ano, já que os setores de atuação não sofreram tanto, além do montante levantado de depósitos judiciais.

Além disso, a empresa possuía ao final do 1 trimestre, terrenos no Rio de Janeiro, de valores significativos, que estão colocados a venda, com objetivo de redução de endividamento (os mesmos não estão sendo utilizados nas operações):

  1. Propriedades para Investimentos: R$ 132,6 milhões
  2. Bens destinados a venda (estágio avançado de negociação): R$ 22,6 milhões

Localização dos terrenos: Av. Brasil, 3.666, Benfica, Rio de Janeiro – RJ

Obs.: O aditivo ao Plano aprovado em outubro de 2016 estabeleceu que, no caso de ocorrer a
venda, o valor deverá ser revertido para pagamento do saldo do credor garantidor.

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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA

Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.

5 COMENTÁRIOS

  1. As matérias da equipe Small Caps me ajuda bastante em entender mais deste “temido”, pelo menos para mim, mercado de ações.
    Parabéns!

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