Após saída da Recuperação Judicial, companhia muda seu nome (de GPC para Dexxos), investiu no aumento de 30% de sua capacidade na parte de Químicos e vem consistentemente evoluindo seus indicadores financeiros.

Conhecendo as empresas da Dexxos:

GPC Química (90,7% de participação): principal empresa do grupo. Produz resinas termofixas usadas no setor de painéis de madeira  (madeira aglomerada/compensada e MDF) e formol. Em ago/21, iniciou investimento de R$ 25 milhões em sua unidade de Araucária/PR, incrementando em 160k toneladas sua capacidade instalada, que corresponde a uma evolução de 30%. A companhia vinha utilizando perto de 100% de sua capacidade, o que gera ineficiência operacional (ideal é não passar dos 90% por um tempo longo). Agora, poderá ter mais eficiência e credibilidade por parte de seus clientes, caso os mesmos queiram expandir também suas operações.

No último trimestre, a GPC seguiu evoluindo seus números. Apesar de vender apenas 5% a mais em volume, a receita e o ebitda subiram ainda mais, 86% e 71%, respectivamente.

Apolo Tubos e Apolo Tubulars (77% de participação): atua no segmento de tubos de aços, sendo Apolo Tubos mais focada nos setores de construção civil, infraestrutura e automobilístico, e a Apolo Tubulars atende ao segmento de petróleo e gás. Atualmente, vem buscando o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, como o mercado de energia fotovoltaica.

Essas empresas obtiveram crescimento em volume (+17%), receita (+57%) e ebitda (36%) na visão 1T22 X 1T21.

Metanor (em conjunto com a Petrobrás): trata-se da controladora da Copenor, com atuação na produção de formaldeído e hexamina, bem como na revenda de metanol e outros produtos químicos. Seus números aparecem apenas via equivalência patrimonial.

Dexxos Consolidado

Com se trata de uma empresa recém saída da recuperação judicial, é necessário uma análise mais detalhada de seu endividamento:

A empresa apresenta sua dívida líquida já considerando, além da dívida bancária, as dívidas com cunho fiscal e com fornecedores (renegociadas no período de Recuperação Judicial), o que facilita a análise.

A alavancagem é confortável, com a relação dív líquida / ebitda aj. abaixo de 1x (a geração de caixa operacional de 1 ano pagaria toda a dívida líquida da companhia).

Quanto ao perfil, a dívida é predominantemente em reais e 65% está no longo prazo (vencimento após 1 ano).

Recentemente, a Dexxos vendeu um terreno por R$ 60 milhões, tendo ainda a receber:

R$ 25 milhões em Mai/22

R$ 7,5 milhões em Set/22

R$ 2,5 milhões em 2023

Há ainda um terreno de 19,6 mil m2, avaliado em R$ 14,7 milhões, a venda pela companhia, no mesmo endereço – Benfica/RJ.

Lucro Líquido

O Ebitda ajustado, conforme números das controladas, cresceu 58% a/a, chegando a R$ 110,4 milhões. Olhando os últimos 12 meses, tivemos R$ 355,9 milhões, tendo assim o indicador EV/Ebitda = 2,9x. Anualizando o ebitda 1T22, chegaríamos a um EV/Ebitda de 2,3x.

Já o Lucro Líquido do trimestre chegou em R$ 58,1 milhões, crescimento de 57% a/a. Olhando os últimos 12 meses, o Lucro Líquido Aj foi de R$ R$ 206,3 milhões, sendo o P/L = 3,5X. Anualizando o trimestre, chegaríamos em um LL de R$ 232,4 milhões, com um P/L = 3,1X.

Perspectivas Futuras

No call de resultados, a companhia reforçou seu otimismo com o ano. Elevação de custos, uma grande preocupação no cenário atual, vem sendo repassado. O aumento de capacidade é muito benéfica, tanto pelo crescimento, quanto para uma melhor eficiência fabril, já que vinham trabalhando perto do limite.

A melhoria na obtenção de crédito, vem permitindo um importante reforço no capital de giro, que vem aumentando tanto pela demanda de seus clientes, quanto pelo aumento de custos de suas matérias primas (metanol, melamina e fenol na Controlada GPC Química e bobinas de aço na Controlada Apolo Tubos).

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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA

Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.

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