Na última quinta-feira, a Valid anunciou seus resultados, com maior Ebitda de sua história.
Presente em 17 países como Brasil, EUA e China, a Valid possui área de atuação bem diversificada, oscilando entre a modernidade, como Smart Cities e atuações mais antigas, como impressões de provas para Enem.

Entendendo o que a Valid faz:
- Identificação: é onde se encontram soluções básicas, como emissão de CNH, até as mais complexas, como Smart Cities (criação e gerenciamento de base de dados unificados do Município – saúde, benefícios, educação e moradia).
- Meios de Pagamentos: além dos cartões tradicionais, soluções de pagamentos contactless (sem contato físico) e cartões-presentes. As impressões de provas do INEP foram incluídas nessa categoria.
- Mobiles: basicamente é a fabricação dos chips de celulares, onde a Valid é a quinta maior do mundo.
O foco atual da empresa é a migração do físico para o digital. Atualmente, esses serviços já representam 10% do faturamento total.
Na avenida de novos negócios focados em soluções digitais, podemos citar: Plataforma de Subscription Management (gerenciamento de assinaturas), Rastreabilidade (selo Água), gestão inteligente de Cidades, identificação Biométrica, Agribusiness e Educação.
Valid em Números
A Receita Líquida acumulada no ano foi de R$ 1.453 milhões, aumento de 13,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda atingiu R$ 228,4 milhões, redução de 1,2%, motivada principalmente por questões pontuais, como as chuvas excessivas em março (atrapalharam os resultados dos meios de pagamento em Abril) e PDD na divisão de Certificadora Digital no valor de R$ 3 milhões.
Já o Lucro Líquido foi de R$ 51,7 milhões (R$ 55 milhões, se ajustarmos pela norma IFRS 16, de forma a melhor comparação com o ano anterior), com variação negativa em relação ao ano anterior, onde foram atingidos R$ 57 milhões.
Com valor de mercado atual de R$ 1,042 bilhões, a Valid apresenta a relação P/L (preço sobre lucro) de 11,01 (analisando-se os últimos 12 meses de lucro).

Fluxo de Caixa e Endividamento:
Em 2019, a geração de caixa operacional foi de R$ 155 milhões, contra R$ 145,9 do ano anterior. Já o Capex do período foi de R$ 85,2 milhões.
Já a dívida líquida encontra-se em R$ 568 milhões, com caixa de R$ 342,4 milhões.
O vencimento da dívida ocorrerá conforme segue:

Assim, temos que o caixa da empresa é suficiente para cobrir todos os pagamentos até início de 2021.
Dividendos:
A companhia mantém o compromisso de distribuir no mínimo 50% de seu lucro líquido. Relativos ao ano passado, foram distribuídos R$ 58 milhões brutos, o equivalente a um DY de 5,6%.
Comentários:
Trata-se de uma multinacional que vem buscando uma evolução tecnológica através do tempo, financiando essa sua movimentação com produtos mais maduros e de futuro menos promissores.
Há um temor no mercado em relação às mudanças de regras referentes ao vencimento das CNHs no Brasil. Porém, é provável que essa mudança ainda demore a gerar impacto financeiro (seria apenas uma mudança relativa à elevação de vencimento de 5 para 10 anos e provavelmente não atingiriam todas as idades).
Financeiramente, a companhia se encontra saudável e recuperou no terceiro trimestre suas margens, que haviam sido perdidas no 1 semestre do ano.
NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.