Líder na América Latina no setor de relógios, o Grupo Technos vem ganhando representatividade cada vez maior nos últimos anos.
Fundada em 1956, atingiu seu auge em 2013, após a aquisição do Grupo Dumont Saab, incorporando assim 13 marcas em seu portfólio.
Porém, com a proliferação dos Smartphones, a razão de existir dos relógios foi muito reduzida (quantas vezes você verifica as horas no celular mesmo com um relógio no pulso?). Seu uso, hoje em dia, está mais ligado à questão estética do que funcional.
O faturamento da empresa vem caindo ano contra ano desde então, com queda de receita de 6% ao ano desde 2015:
Diante disso, a empresa tem buscado diversificar cada vez mais suas marcas, focando cada vez mais nos smartwatches, relógios com diversas utilidades adicionais, como uma ferramenta de saúde e integração à utilizações conjuntas aos celulares.
Conheça as principais marcas do Grupo:
2019 já não foi fácil. O que esperar de 2020?
A Technos, na prática, importa deus insumos e faz as montagens em sua unidade em Manaus. Com isso, possui seus custos dolarizados, em um ano de forte depreciação cambial (que segue com impacto ainda maior em 2020). Veja os principais destaques dos resultados de 2019:
- Receita de R$ 316 milhões, alta de 3,4%
- Lucro Bruto de 109 milhões, queda de 25,5%
- Prejuízo Líquido de R$ 123 milhões, contra lucro de R$ 14 milhões
A boa notícia vem da geração de caixa, que juntamente com a baixa necessidade de investimentos, ajudou no aumento do Caixa Líquido (caixa – dívida bruta):
Percebemos assim que o ano de 2019 não foi fácil para a companhia. Como se isso não bastasse, passamos a conviver com uma grave crise econômica, derivada do Coronavírus: varejistas fechados, pessoas gastando menos e dólar ainda mais elevado. Relógio, tido com um item de consumo não-essencial, poderá sofrer ainda mais do que outros produtos.
A empresa vem enfrentando o momento atual com renegociação de prazos de pagamentos junto aos fornecedores, redução de volume de compras e adequação do processo fabril.
No ano, as ações da empresa já caíram mais de 70%, atingindo Valor de Mercado atual de R$ 84 milhões, um dos mais baixos valores de sua história.
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.