Em um ano de crise sem precedentes como o que estamos vivendo, como você imaginaria os resultados da Indústria Romi (ROMI3), uma empresa de bens de capital, focada em fornecer equipamentos e máquinas utilizadas por outras indústrias? Setor esse que tem como principal indicador macro o ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial). Provavelmente, não estaria muito otimista, correto?
Contrariando o óbvio, a companhia acaba de divulgar seus resultados trimestrais, contando com recorde histórico em sua carteira firme de pedidos, já beirando os R$ 500 milhões e crescimento entre anos de 40,9%:
Seu faturamento voltou ao patamar do ano passado (alta de 1,6%), mas com margens superiores: Ebitda cresceu 12,8% e Lucro Líquido 29,5%.
Inserida em um setor cíclico, a empresa aprendeu a não trabalhar alavancada (muito endividada). Nesse trimestre, apresentou caixa líquido positivo em R$ 26,2 milhões, o melhor resultado para o trimestre nos últimos 10 anos:
Conversamos com o Diretor de Relação com Investidores da empresa, sr Fábio Taiar, de forma a entendermos um pouco mais sobre o momento atual e perspectivas para o setor.
- Próximos Resultados
Sem dar qualquer tipo de guidance, Fábio nos explicou que a carteira de pedidos é um bom indicador do que está por vir. A carteira da Máquinas Romi, por exemplo, possui como característica um duration médio de 1 trimestre e meio. Ou seja, é esperado que 67% dessa carteira seja exercida no 4 trimestre (lembrando que as Máquinas Romi representam a maior margem ebitda entre as empresas do grupo: 18%).
Ainda mais importante do que a carteira atual, de acordo com Fábio, é a entrada de novos pedidos. Esse trimestre, a evolução foi de 65,5% (ano contra ano), o que corrobora ainda mais com o otimismo para os próximos resultados.
2. Alavancas de Crescimento
De fato, a principal alavanca de crescimento tem ligação com a atividade industrial brasileira. A decisão de investimento dos empresários está ligada a fatores como:
- Crescimento do País
- Câmbio (dólar caro “protege” a indústria nacional e favorece exportações)
- Estabilidade econômica e política
Além disso, nosso parque industrial se encontra muito defasado em relação aos demais países, com média superior a 15 anos (2 gerações de defasagem), o que poderia acelerar ainda mais a troca.
Cabe destacar um fator muito importante e que poucos investidores sabem:
A empresa trabalha hoje com cerca de 50% de sua capacidade instalada. Ou seja, com a retomada da demanda (evidenciada pela carteira de pedidos), a empresa poderia praticamente dobrar a sua produção sem necessidades adicionais de Capex.
3. ESG
Assunto do momento, ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa – tradução livre), tem sido discutido internamente praticamente em todas reuniões.
Porém, a companhia admite que não vem dando a ênfase necessária ao tema, ainda mais por já estar totalmente envolvida no tema:
a) Corporativa: Romi está listada no mais alto grau de governança da nossa bolsa, o Novo Mercado. Além disso, está sempre aberta para conversar com qualquer investidor, independentemente de seu porte (a conversa que tivemos foi uma demonstração dessa boa vontade);
b) Ambiental: seus produtos ajudam principalmente na questão energética. Indiretamente, suas máquinas possuem maior eficiência energética, trazendo redução de consumo. Diretamente, possuem componentes usados inclusive em parques eólico. Para se ter ideia, para cada motor elétrico vendido da WEG, haverá a necessidade de um HUB, o qual pode ser da Romi.
c) Social: esse tema é antigo dentro da empresa. Em 1957, foi criado a Fundação Romi, pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, ajudando mais de 30 mil pessoas por ano.
4. Dividendos
Atualmente, a empresa opera com baixa alavancagem financeira e sem nenhuma aquisição no radar. Dito isso, a empresa tende a continuar dividindo parte considerável de sua geração de caixa (atualmente, seu DY já se encontra em 12,7%, um dos mais altos de toda bolsa brasileira).
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.
Não é recomendação no entanto bora comprar Romi3.
Minha queridinha Romi3 me dando muita alegria . Essa ê a nova Weg 🤣 não é recomendação mas sigo comprando .