Após um período aquecido durante a pandemia, a companhia e outros pares passaram, desde o final de 2022, por um cenário adverso, marcado pela entrada de oferta no setor do mercado brasileiro, pela inauguração e rampagem de investimentos grandes (Portobello America) e uma demanda com indícios de retração. Este conjunto de fatores levou a um aumento da capacidade ociosa do mercado, compressão de margens e deterioração da DRE e balanço por conta da operação americana. A Companhia também teve outros problemas, atrasos para a inauguração da fábrica US, bem como reveses na operação após sua inauguração e como consequência, comprimiu resultados e elevou a alavancagem.
O resultado do 3T24 mostra um aparente ponto de inflexão, a companhia reportou uma entrega recorde de receita, recuperação de margem bruta em quase todas as unidades operacionais frente ao 2T24, diluição de despesas, geração de caixa e redução da alavancagem.
Receita: crescimento de 10,6% frente ao 3T24, totalizando R$ 661,6 milhões – maior nível de receita trimestral. Este resultado foi composto por Portobello Shop com +12,7% vs 3T23; Pointer + 38,8%; Portobello America + 17,3% e Portobello +5,1%.
O desempenho mostra as evoluções da mudança da estratégia da Pointer, a rampagem da operação US e o modelo assertivo da Shop. As operações locais tem desempenhado acima do mercado, o que se traduz em ganhos de market share e maior ocupação fabril.
Margem Bruta
A margem bruta teve queda de 2p.p versus 3T23 e, mas em relação ao 2t24 o crescimento foi de 2p.p, atingindo 38,3% no 3T24. Essa melhoria na companhia, foi obtida pela: i) retomada das exportações e melhor mix na unidade industrial Portobello; ii) readequação de produto e busca por maior diluição de custos na Pointer e; iii) processo de rampagem em curso da operação americana. O principal driver de melhora de margem ao longo dos próximos trimestres deveria ser advindo da unidade US, (que entregou uma margem bruta de aproximadamente 3p.p, ~7p.p run rate 3T24) na medida em que a ocupação e qualidade do mix aumente. Em ordem de grandeza é possível que esta business unit entregue margens , quando estabilizada, próxima do consolidado.
Despesas (vendas + G&A)
Notamos diluição do nível de despesas dado o bom nível de crescimento e os esforços internos para controle de custos, levando a um nível de ROL/SG&A de 29,9%. Este indicador pode acabar sofrendo maiores diluições, sendo o principal vetor a expectativa de receita crescente da PTBL US.
EBITDA
Foi reportado pela Companhia um EBITDA de R$ 103,4 milhões representando uma margem EBITDA de 15,6%, crescimento de 8,9% vs 3T23 e 12,7% vs 2T24. Ao longo do tempo, o indicador deve apresentar uma evolução com o crescimento de receita, recuperação das margens US e maiores diluições de despesa.
Endividamento
A Portobello reduziu a dívida líquida em R$ 29 milhões, resultando em um valor de R$ 978 milhões. A alavancagem medida via D.L/EBITDA alcançou 2,9x, o que se traduz no terceiro trimestre de queda subsequente do indicador. Esta é uma linha bem importante para a companhia e tem sido controlada através da otimização do capital de giro, controle de CAPEX e melhores resultados operacionais. A companhia espera que este indicador atinja 2,5x D.L/EBITDA até o 4T24.
Lucro líquido
A Portobello, com melhor desempenho operacional e maior controle da alavancagem voltou ao patamar de lucro líquido positivo, com R$ 2,6mm vs -11,5mm do 2T24.
Preço
Com base fechamento do dia 06/11/2024 que foi de R$ 4,39 por ação a companhia está precificada a 4,77x EV/EBITDA.
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