Se você estiver buscando uma empresa que tende a se beneficiar do chamado “super ciclo das commodities”, uma boa candidata a ser considerada é a Ferbasa, que atua tanto com a mineração (reserva para mais de 80 anos), quanto na siderurgia, algo semelhante ao que faz a CSN, sendo um player altamente integrado para a produção de seus principais produtos: Ferrocromo e Ferrosilício:
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Seu controlador é a Fundação José Carvalho, que cuida de aproximadamente 4 mil alunos em 6 escolas próprias. Essa informação é extremamente relevante, pois além do fator social (a letra “S”, do famoso ESG), conseguimos prever melhor o que esperar da empresa: pagamentos regulares de proventos e posturas conservadoras, buscando aumentar ainda mais a sua verticalização e, com isso, a segurança de seus resultados futuros.
Com valor de mercado de R$ 2,5 bilhões, trata-se de uma small cap diferente das demais, com baixo risco, bem capitalizada e regularidade em seus pagamentos de proventos. Porém, cabe lembrar que, apesar de seu conservadorismo, a Ferbasa depende da oscilação dos preços de seus produtos e do câmbio (empresa predominantemente exportadora). Apesar de apresentar crescimento expressivo em suas receitas, nem sempre as mesmas são acompanhadas pelos respectivos lucros nos últimos anos.
Mas voltando ao tema do controlador: Esse instituto possui como principal fonte de renda os proventos da Ferbasa. Por isso, reparem na sua regularidade ao longo dos últimos anos, mesmo com oscilação nos lucros:
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O que esperar da Ferbasa para 2021?
Essa é a parte mais importante da matéria: o que esperarmos para os próximos resultados.
Como a empresa é altamente verticalizada, seus custos não possuem variações bruscas. Na estimativa de receitas, devemos considerar o câmbio (que já sabemos se encontrar em níveis elevados) e a cotação de seus produtos:
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Vale a pena tomar por base a linha vermelha, que é o preço das importações chinesas, os atuais formadores de preço mais relevantes no mundo. Nota-se uma significativa evolução dos preços tanto do ferrocromo quando do ferrosilício agora no primeiro trimestre de 2021.
Opinião do Gestor
Ouvimos o gestor Werner Roger, da Trígono Capital, um dos maiores conhecedores de Ferbasa, para conhecermos a sua percepção para os próximos resultados da companhia:
“Pela evolução nos preços de ferrocromo e ferrosilício e do câmbio, os resultados do primeiro trimestre tendem a ser muito superiores aos do mesmo período de 2020. Estão produzindo a carga plena e exportando o excedente, mas lembrando que a prioridade é o mercado interno, onde conseguem os melhores valores. Dado que os custos não oscilam muito, quase todo o excedente de receita vira Ebitda (10% do lucro sempre vai para os funcionários).
Vale reforçar a questão do Ferrosilício, que já é quase todo exportado e que vem sendo produzido em uma versão de maior valor agregado, o HP (alta pureza). Ano passado não venderam muito dessa versão por problema de demanda do Japão, mas esse ano tende a melhorar. O HP é muito utilizado para veículos elétricos, por exemplo.”
Quanto Vale a Ferbasa?
Em entrevista concedido ao Daniel Nigri, do Dica de Hoje em Dez/20, Werner explicou a sua percepção de valor justo para a companhia, baseado em EV/Ebitda, P/E (preço sobre lucro) e DCF (fluxo de caixa livre trazidos a valor presente):
![](https://www.smallcaps.com.br/wp-content/uploads/2021/03/qualto-vale-a-ferbasa.jpg)
Assim, tirando a média ponderada, chegou em um valor justo para o papel de R$ 72,47, 153% de upside em relação à cotação atual do papel.
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.
As reservas não são mais de 80 anos. Verifique sua fonte
Boa tarde! Informação consta nos dados da Apimec do final de 2018. Porém, iremos confirmar junto à empresa. Obrigado pela participação.
Trigono abandonou a tupy?
Não, seguem gostando do papel.