A Taurus (TASA4) acaba de divulgar seus números do 3º tri. Os indicadores vieram em linha com o que já se esperava: com uma demanda menos intensa nos EUA (76% das armas vendidas pela empresa) as receitas e margens vieram com menos brilho. Mas os números, em absoluto, são ainda muito bons.
Lembrando que hoje o preço das ações está muito atraente: P/L = 3,1x; EV/EBITDA = 2,4x com um ROIC de 45,6%.
O que os acionistas podem esperar nos próximos trimestres ? Vale citar o texto do release publicado: “Com base no resultado do exercício de 2022, a Taurus irá distribuir dividendos de, no mínimo, 35% do lucro líquido ajustado, conforme estabelecido em seu estatuto social, podendo ainda elevar esse percentual, de acordo com a disponibilidade de caixa. A estratégia da Taurus sempre foi buscar o melhor retorno para seus acionistas. Nesse sentido, ao final do exercício de 2022, pretendemos criar reservas estratégicas que proporcionem a flexibilidade para realizar outros pagamentos de remuneração aos acionistas, eventualmente com maior frequência no decorrer do ano, e/ou realizar recompra de ações.”
Vamos então aos fatos e números…
A Taurus, nos 9M2022, produziu 1,5 MM de unidades (- 15% comparados a 9M2021), gerou uma receita líquida de R$ 1,9 Bi (+1,1%) com Lucro Bruto de R$ 926 MM (+0,5%) com uma margem de 47,7% (-0,3 p.p.), EBITDA de R$629,5 MM (Margem de 32,4% versus 36,2% em 2021) e Lucro Líquido de R$ 399 MM (margem de 20,5% versus 22,2%).
Um fato importante é o aumento das receitas no mercado brasileiro. Opostamente ao norte americano em 2022 o brasileiro aumentou a demanda e consumiu produtos de valor maior.
A comparação com o 3T21 mostra uma queda substancial nos mesmos indicadores citados acima. O que estamos vendo agora é uma volta a um padrão de maior normalidade e portanto estabilidade naquele mercado.
Considerando-se que o novo patamar do EBITDA possa ficar ao redor de uma margem de 30% ainda assim a geração de caixa da Taurus estará num nível muito bom.
O Lucro Líquido foi afetado pela redução das vendas redução do lucro bruto e, importante ressaltar, foi bastante influenciado pela diminuição de receitas não recorrentes que ocorreram ao longo de 2021. Por outro lado as despesas financeiras foram menores, sobretudo por conta da menor desvalorização cambial (99,2% da Divida Bruta é em USD) e pela alta taxa de juros que rentabilizou a posição de Caixa da empresa que somava R$ R$ 364,3 MM em 30-Set-22.
A Divida Liquida, era de R$ 218 MM em 30-Set uma bela redução comparada a R$ 439 MM em 31-Dez-2021. A alavancagem estava em apenas Dívida Liquida/Ebitda = 0,2.
Conclusão: a Taurus chega ao final do terceiro trimestre com números menos brilhantes do que nos trimestres anteriores, que foram atípicos no aspecto positivo. Entretanto os números atuais se mantidos são extremamente robustos e saudáveis. Com os investimentos não só em expansão mas principalmente em aumento de qualidade dos produtos e na eficiência operacional, a empresa tem condições de não só manter como ampliar suas receitas inclusive conquistando market-share. A geração de caixa e a geração de lucro encontram-se em patamares muito acima da média das empresas da bolsa.
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
Sobre o Autor: Claudio R. Cusin é Engenheiro Mecânico formado pela Poli (USP) e Economista formado pela FEA (USP). É atualmente consultor de finanças tendo trabalhado no mercado financeiro por 30 anos. Foi Diretor de Credito e de Risco em vários bancos de investimento e comerciais. Email: [email protected]