Compre na baixa e venda na alta. Já ouviu essa frase? Trata-se de um dos jargões econômicos mais utilizados, especialmente pelos fundamentalistas (que não utilizam análises gráficas como a principal ferramenta decisória).

Problema: nunca sabemos ao certo se determinada ação seguirá subindo ou se ela ainda poderá cair. Como resolver esse problema? Uma das respostas é dada pelos investidores de longo prazo, os chamados Buy & Holders: analisar os fundamentos da empresa. Se estiverem descontadas e com potencial de crescimento, compre. Se caírem, compre ainda mais. Se esses indicadores passarem a ficar apenas em linha ou piores do que os de seus pares, considerem a venda (troca por outro ativo).

Estamos vivendo um momento singular, conhecido como Cisne Negro, ou seja, um evento imprevisível para a maioria das pessoas.

Com isso, as bolsas ao redor do mundo caíram sem exceção, umas mais, outras menos. O Brasil está entre as maiores quedas, explicadas pela atual aversão ao risco: nesse tipo de situação, países mais arriscados como o nosso, tendem a afugentar parte dos investidores.

Voltando à pergunta do título: e se a crise acabar e a bolsa se recuperar? Isso irá acontecer?

Nenhuma pessoa com o mínimo de honestidade poderia responder à segunda pergunta. O mundo poderá nunca mais ser o mesmo. Porém, dentre os diversos cenários possíveis, um deles é o de que a crise acabará e tudo voltará ao normal. Por isso, temos que nos preparar para todas as possibilidades, inclusive para uma volta da bolsa.

Pensando especificamente nesse cenário positivo, elencamos algumas das empresas que mais caíram nos últimos 50 pregões. Nessa tabela, de forma a facilitar o entendimento, calculamos o quanto cada ação poderia se valorizar, caso voltasse para o patamar de 50 pregões. Nessa tabela, utilizamos como investimento de referência, o valor de R$ 100,00:

Sobre esses ativos, algumas considerações importe:

1) CVC (cvcb3), GOL (goll4) e SMILES (smls3)

Estão inseridos diretamente no setor de turismo, um dos mais afetados diretamente pela crise. As pessoas vem cancelando e postergando suas decisões de viajarem pela natural insegurança do momento. Apesar disso, as duas primeiras já vem adotando medidas emergenciais para atenuar os resultados, como redução de salários. Já a Smiles, programa de fidelidade da Gol, possui ótima saúde financeira, com caixa líquido positivo (possui mais caixa do que dívida).

2) Restoque (llis3), IMC (meal3), Springs (sgps3) e Positivo (posi3)

Essas empresas, serão bem afetadas pela queda do varejo, em especial pelo fechamento de Shoppings Centers. Lembrando que a CVC, citada anteriormente, também possui muita atuação em shoppings também. Restoque é dona de diversas marcas premium (como Le Lis Blanc e Dudalina), IMC possui diversas franquias de alimentação, como KFC e Pizza Hut e Springs atua no setor de Cama, Mesa e Banho, com marcas como MMartan, Artex e Santista.

3) Brasil Brokers (bbrk3) e Tecnisa (tcsa3)

Setor de construção já está tendo impacto direto: lançamentos estão sendo postergados (as vendas são praticamente 100% presenciais, com risco de aglomerações) e as decisões de compras deverão ser reduzidas, face ao momento de incertezas econômicas.

4) T4F (show3), IRBR (irbr3) e PetroRio (prio3)

Cada uma dessas deverão ser impactadas por motivos específicos: T4F vem cancelando e/ou postergando seus shows e eventos (acabou de postergar Lollapalooza para dezembro/20). PetroRio viu a cotação do Petróleo desabar, tanto pela queda de demanda, quanto pelo conflito entre Arábia Saudita e Rússia. Já a IRBR, empresa de Reseguros, começou com suas quedas por motivos que precederam à crise do Coronavírus: teve seu balanço contestado por um fundo, informações sobre investidores relevantes desmentidos e saídas de executivos.

Lembrando que apenas mostramos algumas opções entre empresas que caíram muito nas últimas semanas e, em uma suposta retomada da Bolsa, teriam grande upside em eventual recuperação de suas cotações. Não se trata, em hipótese alguma, de sugestão de investimentos. Todas as empresas citadas encontram-se em momento de extremo risco e alta volatilidade esperada em suas cotações.

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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA

Sobre o Autor: Victor Kietzmann Junior é Economista formado pela FEA e atua individualmente há mais de 20 anos no mercado de ações.

2 COMENTÁRIOS

  1. Ela vai recuperar, é só ter paciencia.

    Mas antes, vamos enfrentar os efeitos do covid. A nossa vantagem, é que dessa vez, estavamos com mais poupança.

  2. Boa tarde!
    Invisto em ações, por conta e eu mesmo analisando e fazendo sempre compras!
    E descarto a que não teve o retorno desejado!

    Não sei nada de small caps, mas gostaria de prender!

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